UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
Coordenação do Programa de Pós-Graduação em História

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Timbre

Plano de Ensino

IDENTIFICAÇÃO

Componente Curricular:

Tópicos Especiais em História V

Unidade Ofertante:

INHIS –Instituto de História

Código:

MH128

Período/Série:

Turma:

U

Carga Horária:

Natureza:

Teórica:

60

Prática:

 

Total:

60

Obrigatória:

( X )

Optativa:

( )

Professor(A):

Marcel Mano e Mônica Chaves Abdala

Ano/Semestre:

2022/2

Observações:

 

 

EMENTA

A disciplina compreende o estudo de diferentes abordagens temáticas e teórico metodológicas de pesquisas em História.

JUSTIFICATIVA

Com base em uma das habilidades essenciais para a formação acadêmica do pós-graduando; qual seja: a pesquisa e a produção científica, a disciplina oferecerá aos discentes a oportunidade para aprofundar discussões de natureza epistemológica e teórico-metodológicas da pesquisa em História, notadamente às que se referem às relações entre História e Antropologia e às perspectivas históricas a partir da perspectiva das alteridades. Com isso, a disciplina pretende contribuir para a formação acadêmcia ampla e interdisciplinar do/as mestrando/as.

OBJETIVO

Objetivo Geral:

Estudos de complementação e aprofundamento em temas e questões considerados relevantes para o desenvolvimento de pesquisas acadêmicas em História.

Objetivos Específicos:

Discussão e problematização das pesquisas históricas que se debruçaram sobre as relações entre Histórira e Antropologia, com vistas a pensar nas renovações metodológicas do campo historiográfico a partir do diálogo com a cultura. Apresentação e apreensão de perspectivas historiográficas que se debruçam para elucidar perpectivas e narrativas históricas a partir das alteridades.

PROGRAMA

1 – História e Antropologia: diálogos e intersecções

1.1 – Cultura: um conceito antropológico

1.2 - O local da cultura: identidades, alteridades e etnicidades.

2 – A Antropologia na História

2.1 – Cultura e economia moral

2.2 – Renovações epistemológicas e teorias da história

3 – A História na Antropologia

3.1 – Estudos sincrônicos e diacrônicos

3.2 – Temporalidades e narrativas históricas

4 – História e Etnologia

4.1 – O filósofo e o etnólogo: uma ontologia histórica?

4.2 - Entre história cumulativa e história estacionária

5 – A História entre estrutura e evento

5.1 – História, cultura, política e identidades

5.2 – História: outras temporalidades e narrativas

METODOLOGIA

O desenvolvimento metodológico dos conteúdos dar-se-á de forma reflexiva, participativa, contínua e não linear, traçando ciclicamente uma trajetória que partirá dos conhecimentos elaborados pelo/as dicentes e resultará na exploração das possibilidades de aplicação dos conhecimentos formais na problematização das abordagens da História. Assim, a cada conteúdo abordado, primeiramente os discentes serão incentivados a externar suas compreensões e seus diálogos com as teorias e recortes historiográficos para, em seguida, haver o questionamento e a problematização, cujo objetivo será o de proporcionar uma situação de conflito e de maior reflexão. Estabelecido o conflito e proporcionada a reflexão, será feita a discussão dialogada do conhecimento cientificamente elaborado, que por sua vez será confrontado com os conhecimentos anteriores. A intenção é que do confronto, da problematização e da reflexão surja o desenvolvimento e a formação dos conceitos. A próxima etapa do desenvolvimento metodológico dos conteúdos será o trabalho de aplicação concreta da discussão e dos conceitos, quando o conhecimento científico será explorado em relação aos temas e às abordagens teóricas e metodológicas mais amplas das pesquisas em História. Uma vez internalizado, assimilado e compreendido, o momento final deverá ser o da verdadeira apropriação: a exploração das possibilidades de aplicação destes conhecimentos em relação aos objetos e problemas de pesquisas da/os mestrando/as. Para viabilizar a metodologia adotada, serão empregadas estratégias variadas com seus respectivos recursos. A aula preletiva - dialogada, que possibilita o desenvolvimento da reflexão ao mesmo tempo em que incentiva a participação na discussão intelectual, será o alicerce de todas as atividades, tendo como recursos básicos o uso da lousa, de Datashow e de recursos de Tecnologias Digitais de Informações e Comunicações. Outras estratégias e recursos serão as indicações complementares de filmes, documentários, periódicos e leituras sistematizadas com discussão em sala de aula. Além disso, o professor disponibilizará, para aqueles que o procurarem, atendimento individual e/ou em grupos fora dos horários habituais das aulas, dentro da grade horária e conforme disponibilidade do professor.

 

CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES

 

SEMANA

UNIDADE/EIXO TEMÁTICO (QUANDO

HOUVER)

ATIVIDADES PREVISTAS

CARGA HORÁRIA

16/08

Apresentação

Apresentação, discussão e aprovação do programa, dos textos e das atividades programadas de estudo e avaliação.

 

3,5

23/08

Cultura – um conceito antropológico

Discussão e debate com base nos textos:

LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.

GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 2008, (cap. O impacto do conceito de cultura sobre o conceito de homem, p. 25-40).

 

 

3,5

30/08

Cultura, alteridade, identidades e etnicidade.

Discussão e debate com base nos textos:

CUNHA, Manuela Carneiro da. Cultura com aspas e outros ensaios. São Paulo: Cosacnaif, 2014. (cap. Etnicidade: da cultura residual mas irredutível In: p. 235 – 244).

BAHBBA, Homi K. O local da Cultura. Belo Horizonte. Editora da UFMG, 1998. (cap. Locais da Cultura, p. 09-42)

CASTELLS, Manuel. O poder da identidade. São Paulo: Paz e Terra, 2008 (cap. Paraísos comunais: identidade e significado na sociedade em rede, p. 20-68).

 

 

3,5

06/09

 

Diálogos e intersecções entre História e Antropologia

Leitura e análise do texto:

MUSSA, Alberto. De canibus quaestio. In: Os contos completos. Rio de Janeiro: Record, 2016, p.137-175.

 

3,5

13/09

 

O local da cultura: identidade e alteridade na história.

Discussão, reflexão e elaboração de redação dissertativa no qual se analisem:

  1. – os temas do texto lido e analisado na aula anterior em relação às intersecções entre História e Antropologia, e

  2. – os temas desse mesmo texto e das relações entre História e Antropologia a partir dos conceitos de cultura, alteridade, identidades e etnicidades.

 

3,5

20/09

História Social e Antropologia – cultura e economia moral

Discussão e debate com base nos textos:

THOMPSON, E. P.: A Miséria da Teoria: um planetário de erros. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1981, (cap. O termo ausente: experiência. p. 180 – 200).

THOMPSON, E. P. Costumes em Comum. São Paulo: Companhia das Letras, 1998 (capítulos: Costume e cultura, p.13-24; A economia moral da multidão inglesa no século XVIII, p. 150-202)

 

 

3,5

27/09

A Antropologia na História.

Discussão e debate com base nos textos:

BLOCH, Marc. Os reis taumaturgos: o caráter sobrenatural do poder régio, França e Inglaterra. São Paulo: Cia das Letras, 1993. (cap. Os primórdios do toque das escrófulas, p. 51-67; O toque das escrófulas e sua popularidade até o final do século XV, p. 91-131)

 

3,5

 

 

 

04/10

 

A Antropologia na História

Discussão e debate com base nos textos:

BRAUDEL, Fernand. História e ciências sociais: a longa duração. In: Escritos sobre a história. 2ª. ed. São Paulo: Perspectiva, 1992. p. 41- 78.

 

3,5

11/10

A Antropologia na História

Discussão e debate com base nos textos:

GINZBURG, Carlo. Os andarilhos do bem: feitiçaria e cultos agrários nos séculos XVI e XVII. São Paulo: Cia das Letras, 1988 (cap. As batalhas noturnas, p. 19-54).

GINZBURG, Carlo. O queijo e os vermes: o cotidiano e as ideias de um moleiro perseguido pela Inquisição. São Paulo: Cia das Letras, 1987.

 

 

3,5

 

18/10

 

A História na Antropologia

Discussão e debate com base nos textos:

SCHWARCZ, Lilia M. Questão de fronteira: sobre uma antropologia da história. Novos estudos. CEBRAP (72), Jul 2005

 

3,5

 

 

 

25/10

 

 

 

História e Etnologia

Discussão e debate com base nos textos:

LÉVI-SATRAUSS, Claude. Antropologia estrutural dois. Rio de Janeiro: Tempo brasileiro, 1989. (cap. Raça e história, p. 328 – 340).

LÉVI-STRAUSS, Claude. Antropologia estrutural. Rio de Janeiro: Tempo brasileiro, 1989. (cap. História e etnologia, p. 13-41).

 

3,5

 

 

 

01/11

 

 

O filósofo e o etnólogo: uma ontologia histórica?

Discussão e debate com base nos textos:

LÉVI-STRAUSS, Claude. O pensamento selvagem. Campinas: Papirus, 1989, (cap. História e Dialética, p. 287 – 314).

SARTRE, Jean-Paul. Sartre no Brasil – a conferencia de Araraquara. São Paulo: Editora da UNESP, 1987, (cap. A ideologia existencial e o fundamento da Antropologia, p. 49 – 103).

 

 

3,5

 

 

08/11

 

Entre história cumulativa e história estacionária

Discussão e debate com base nos textos:

LÉVI-STRAUSS, C & ERIBON, D. De perto e de longe. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990. (Capítulo: Na lixeira da história, p. 155–162).

LÉVI-STRAUSS, C. História e Etnologia (tradução de Vanessa Lea). Textos Didáticos nº 24 – março de 2004. IFCH – Unicamp.

 

3,5

 

 

 

 

22/11

 

 

 

A História entre a estrutura e o evento

Discussão e debate com base nos textos:

BOURDIEU, Pierre. Questões de Sociologia. Coleção Margens 47. Lisboa: Fim de Século, 2003. (cap. Algumas propriedades dos campos, 119 – 126).

SAHLINS, M. Ilhas de história. Rio de Janeiro: Zahar, 1990. (Capítulos: “Outras épocas, outros costumes: a Antropologia da História”, p. 60

-105; “Capitão James Cook; ou o Deus agonizante”, p. 140-171; e “Estrutura e História”, p. 172 – 179).

 

 

 

3,5

 

 

29/11

 

História, cultura, política e identidade:

outras temporalidades e outras narrativas

Discussão e debate com base nos textos:

GALLOIS, Dominique T. Nossas falas duras: discurso político e auto- representação Waiãpi. In: ALBERT, Bruce e RAMOS, Alcida R. (org.) Pacificando o Branco: cosmologias dos contatos no norte amazônico. São Paulo: Ed. UNESP, 2002, p. 205-237.

SANTILI, Paulo. Trabalho escravo e brancos canibais: uma narrativa histórica Macuxi. In: ALBERT, Bruce e RAMOS, Alcida R. (org.)

Pacificando o Branco: cosmologias dos contatos no norte amazônico.

 

 

 

 

3,5

 

 

 

São Paulo: Ed. UNESP, 2002, p. 487-505.

 

 

06/12

 

Avaliação da disciplina

 

Discussão dos temas e abordagens dos trabalhos finais e balanço

geral da disciplina em relação aos problemas e objetos das pesquisas individuais.

 

3,5

 

13/12

Encerramento da disciplina

Apresentação oral dos trabalhos finais. Entrega do trabalho escrito até 15/12/2022

 

3,5

AVALIAÇÃO

O desenvolvimento metodológico dos conteúdos dar-se-á de forma reflexiva, participativa, contínua e não linear, traçando ciclicamente uma trajetória que partirá dos conhecimentos elaborados pelo/as dicentes e resultará na exploração das possibilidades de aplicação dos conhecimentos formais na problematização das abordagens da História. Assim, a cada conteúdo abordado, primeiramente os discentes serão incentivados a externar suas compreensões e seus diálogos com as teorias e recortes historiográficos para, em seguida, haver o questionamento e a problematização, cujo objetivo será o de proporcionar uma situação de conflito e de maior reflexão. Estabelecido o conflito e proporcionada a reflexão, será feita a discussão dialogada do conhecimento cientificamente elaborado, que por sua vez será confrontado com os conhecimentos anteriores. A intenção é que do confronto, da problematização e da reflexão surja o desenvolvimento e a formação dos conceitos. A próxima etapa do desenvolvimento metodológico dos conteúdos será o trabalho de aplicação concreta da discussão e dos conceitos, quando o conhecimento científico será explorado em relação aos temas e às abordagens teóricas e metodológicas mais amplas das pesquisas em História. Uma vez internalizado, assimilado e compreendido, o momento final deverá ser o da verdadeira apropriação: a exploração das possibilidades de aplicação destes conhecimentos em relação aos objetos e problemas de pesquisas da/os mestrando/as. Para viabilizar a metodologia adotada, serão empregadas estratégias variadas com seus respectivos recursos. A aula preletiva - dialogada, que possibilita o desenvolvimento da reflexão ao mesmo tempo em que incentiva a participação na discussão intelectual, será o alicerce de todas as atividades, tendo como recursos básicos o uso da lousa, de Datashow e de recursos de Tecnologias Digitais de Informações e Comunicações. Outras estratégias e recursos serão as indicações complementares de filmes, documentários, periódicos e leituras sistematizadas com discussão em sala de aula. Além disso, o professor disponibilizará, para aqueles que o procurarem, atendimento individual e/ou em grupos fora dos horários habituais das aulas, dentro da grade horária e conforme disponibilidade do professor.

BIBLIOGRAFIA

Básica

BLOCH, Marc. Os reis taumaturgos: o caráter sobrenatural do poder régio, França e Inglaterra. São Paulo: Cia das Letras, 1993.

BRAUDEL, Fernand. Escritos sobre a história. 2ª. ed. São Paulo: Perspectiva, 1992

CASTELLS, Manuel. O poder da identidade. São Paulo: Paz e Terra, 2008.

CUNHA, Manuela Carneiro da. Cultura com aspas e outros ensaios. São Paulo: Cosacnaif, 2014. GINZBURG, Carlo. Os andarilhos do bem: feitiçaria e cultos agrários nos séculos XVI e XVII. São Paulo: Cia das Letras, 1988.

LÉVI-STRAUSS, Claude. O pensamento selvagem. Campinas: Papirus, 1989.

SAHLINS, M. Ilhas de história. Rio de Janeiro: Zahar, 1990. SARTRE, Jean-Paul. Sartre no Brasil – a conferencia de Araraquara. São Paulo: Editora da UNESP, 1987

THOMPSON, E. P. Costumes em Comum. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

Complementar

ALBERT, Bruce e RAMOS, Alcida R. (org.) Pacificando o Branco: cosmologias dos contatos no norte amazônico. São Paulo: Ed. UNESP, 2002

BAHBBA, Homi K. O local da Cultura. Belo Horizonte. Editora da UFMG, 1998

BOURDIEU, Pierre. Questões de Sociologia. Coleção Margens 47. Lisboa: Fim de Século,

GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 2008.

GINZBURG, Carlo. O queijo e os vermes: o cotidiano e as ideias de um moleiro perseguido pela Inquisição. São Paulo: Cia das Letras, 1987

LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.

LÉVI-STRAUSS, Claude. Antropologia estrutural. Rio de Janeiro: Tempo brasileiro, 1989.

THOMPSON, E. P.: A Miséria da Teoria: um planetário de erros. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1981

 

APROVAÇÃO

Aprovado em reunião do Colegiado realizada em: 15/09/2022

 


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Documento assinado eletronicamente por Marcel Mano, Professor(a) do Magistério Superior, em 29/09/2022, às 13:58, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.


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Documento assinado eletronicamente por Mônica Chaves Abdala, Usuário Externo, em 03/10/2022, às 21:34, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.


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Documento assinado eletronicamente por Ana Flavia Cernic Ramos, Professor(a) do Magistério Superior, em 06/10/2022, às 08:34, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.


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Referência: Processo nº 23117.049327/2022-91 SEI nº 3956082