Plano de Ensino

IDENTIFICAÇÃO

EMENTA

O programa visa à atenção ou cuidado à saúde bucal ao ciclo de vida correspondente à faixa etária acima de 60 anos com atuação multiprofissional.

JUSTIFICATIVA

A expectativa de vida da população brasileira vem crescendo exponencialmente. Isso se deve a redução da taxa de natalidade e taxa de mortalidade, o que nos leva a um grande aumento da população idosa no Brasil. De acordo com projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) e a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que no Brasil, no período de 1950-2025, o número de idosos acima de 60 anos, irá aumentar 15 vezes enquanto a população jovem apenas 5 vezes, sendo um número aproximado de 42 milhões de idosos até 2030. O envelhecimento é um fenômeno complexo que envolve alterações moleculares, celulares, fisiológicas e psicológicas. Essas mudanças podem impactar negativamente na saúde geral dos idosos, seja devido ao surgimento de determinadas doenças crônicas, mobilidade reduzida, uso de medicamentos controlados, o que pode resultar em maior fragilidade. Consequentemente são também afetadas a qualidade e a fisiologia dos tecidos da cavidade bucal, demandando cuidados específicos para um grande número dos procedimentos inerentes à atenção à saúde bucal. Considerando que a boa saúde bucal é condição impar para a manutenção ou reestabelecimento do estado de saúde geral dos indivíduos e destacadamente dos idosos, a prática clínica na atenção à saúde bucal desses indivíduos, ofertada pelo estágio 9 – odontogeriatria, implicará na melhora das aptidões cognitivas e principalmente de habilidades para o estudante de odontologia, contribuindo para uma formação profissional mais completa, técnica e humanizada mediante as alterações inerentes ao processo de envelhecimento, nos momentos de efetiva ação, para planejamento e execução de ações de saúde bucal, de modo mais contextualizado e resolutivo, visando a melhora da autoestima e qualidade de vida para esta população.

OBJETIVO

PROGRAMA

Atividades de práticas clínicas de promoção, prevenção e clínico-reabilitadora de atenção básica à saúde bucal, para a faixa etária acima de 60 anos de idade.

6. METODOLOGIA

O método didático-pedagógico se desenvolverá mediante atendimento clínico odontológico presencial, no âmbito das clínicas do hospital odontológico da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia (FOUFU), onde serão planejadas e realizadas atividades e/ou procedimentos de caráter educativo, preventivo e curativo, em ambiente ambulatorial, fundamentado nos princípios de biossegurança, bioéticos e legais que norteiam o exercício da prática odontológica e suas inter-relações com a equipe multidisciplinar, principalmente com as especialidades médicas. Considera-se a promoção da saúde bucal uma estratégia para a qualidade de vida e dentro deste contexto é importante que as necessidades de reabilitação oral dos pacientes idosos possam ser atendidas, contribuindo para uma atenção odontológica integral do indivíduo em envelhecimento.

Os discentes realizarão ações específicas que serão rotinas em suas vidas profissionais, com foco para a população acima de 60 anos, envolvendo:

- Recepção de pacientes

- Gestão / controle de horários

- Gestão / controle de procedimentos realizando exames clínicos, estabelecendo diagnósticos, elaborando planejamentos e executando procedimentos preventivos e restauradores para resolução dos agravos à saúde bucal, sempre sob a supervisão e orientação de docentes tutores.

Descrição da realização:

Aula expositiva dialogada presencial introdutória para apresentação do estágio, plano de ensino (rotina, metodologia e processo de avaliação).

Atendimento clínico presencial de pacientes, com idade acima de 60 anos, para realização de procedimentos: preventivos periodontais clínicos, restauradores diretos ou indiretos (dentística e prótese fixa); endodônticos; cirúrgicos menores ou periodontais para adequação do meio bucal e procedimentos para confecção de próteses removíveis parciais e/ou totais.

Recursos que deverão ser utilizados:

Equipamentos e materiais odontológicos do hospital odontológico (HOUFU) da FOUFU; instrumentais e equipamentos odontológicos de uso individual dos discentes e quando necessitar do HOUFU.

Recursos humanos: técnicos do HOUFU e da FOUFU/terceirizado (manutenção, enfermagem, secretaria, técnicos em prótese dentária; serviços gerais) e docentes FOUFU.

CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES

AVALIAÇÃO

Os tipos/modalidades de avaliações a serem desenvolvidas para o acompanhamento e a verificação da aprendizagem do estudante, ocorrerão, nas datas, formas, critérios e valores atribuídos a cada instrumento proposto explicitadas a seguir, mas mediante necessidade e a critério dos orientadores, elas poderão sofrer alterações, sempre com aquiescência dos discentes, podendo servir como instrumentação de avaliação do conhecimento e pressuposta qualificação cognitiva para a execução de procedimentos clínicos no paciente ou como atividades substitutivas para os casos onde o atendimento programado não pode ser realizado e poderão ocorrer sob as seguintes formas e instrumentos de avaliação: provas (dissertativas, objetivas, práticas, individuais, grupais, com consulta, sem consulta), estudos de casos, relatórios (de pesquisa, de experimentos, de visitas técnicas), elaboração de textos (individuais, em grupo), fichamentos, sínteses, apresentações orais, resenhas etc, em conformidade com o art. 163 das Normas Gerais da Graduação vigentes na UFU e as normas do Projeto Pedagógico do Curso.

De acordo com a resolução COLCOCOD nº 2, de 08 de setembro de 2022 a avaliação de rotina clínica será estruturada em cinco itens discriminados em dois eixos principais: Eixo quantitativo e Eixo qualitativo. Além disso, parte da pontuação será destinada ao relatório de estágio que deverá ser entregue conforme data preestabelecida. A avaliação do relatório do estágio será efetuada em instrumento pré-elaborado, conforme modelo do núcleo de estágio da Pró-reitoria de Graduação (PROGRAD).

A programação e a pontuação distribuída para as atividades avaliativas acontecerão conforme descrição a seguir:

1. Avaliação quantitativa:

A avaliação quantitativa relaciona-se a métodos de avaliação que considera a mensurabilidade da produção acadêmica mediante indicadores de resultados e desempenho. Nesse contexto, será pautada em quatro itens conforme descritos abaixo e corresponde à 50% (50,0 pontos) da avaliação final:

v Cumprimento de agenda dos pacientes (10% da avaliação): está associado ao controle da carteira de pacientes, incluindo o cumprimento quantitativo de atendimentos por clínica, níveis de risco dos pacientes agendados e cumprimento de horário de início e fim de clínica.

v Cumprimento de indicadores de atenção básica (20% da avaliação): cumprimento de indicadores de primeira consulta e tratamento completado conforme parâmetro estipulado para cada componente curricular.

v Quantitativo de procedimentos realizados conforme o SUS (20% da avaliação): total de procedimentos codificados na tabela SUS realizados e lançados em prontuários dos pacientes e a relação desse quantitativo com a média da turma.

Essa forma de avaliação será realizada mensalmente, ou seja, ao final de cada mês o sistema do Hospital

Odontológico irá gerar um relatório sobre a produtividade de cada aluno. É importante mencionar que o lançamento de notas no sistema SEI ocorrerá apenas ao final do semestre.

2. Avaliação qualitativa:

A avaliação qualitativa considera o processo de ensino-aprendizagem de forma contínua, cumulativa e

sistemática. Dois itens serão avaliados: domínio do conteúdo; ergonomia, biossegurança e saúde.

v Domínio do conteúdo (25% da avaliação):

Nesse item o planejamento, preenchimento da evolução do paciente, domínio teórico da atividade a ser executada e capacidade técnica serão analisados. O atendimento clínico em estágio, pressupõe a necessidade de conhecimento prévio do discente, para execução de suas ações com o mínimo de risco ao paciente e maior presteza e qualidade da atenção dada. Portanto, é importante que o discente faça um planejamento prévio de cada procedimento a ser executado na cavidade bucal dos pacientes. O planejamento diário dos procedimentos, deverá ser apresentado anteriormente ao respectivo tutor/orientador (mínimo de 24 horas de antecedência) que o lerá fazendo uma análise crítica do texto detectando as falhas e apresentando ao discente as soluções destas para a execução adequada/correta dos procedimentos.

v Ergonomia, biossegurança e atitude (15% da avaliação):

O tutor/preceptor avaliará os seguintes parâmetros: organização de instrumental (mesa clínica

completa ofertando condições de realização adequada dos procedimentos), cumprimento da cadeia de biossegurança de cada atendimento ao paciente (uso de EPI´s e Material de proteção, assepsia e antissepsia dos discentes, paciente e equipamentos), habilidade (autonomia/proatividade em desenvolver o procedimento clínico com qualidade sob a supervisão do tutor/orientador), cuidado com equipamentos e espaço físico, uso racional do material, relacionamento com o paciente, técnicos administrativos e docentes.

Essa forma de avaliação será realizada diariamente. Na tentativa de oportunizar, aos discentes uma avaliação mais equânime a avaliação qualitativa será categorizada nos seguintes critérios:

Ações realizadas totalmente pelo discente sob orientação do tutor/preceptor com qualidade ótima: plenamente satisfatório (100%);

Ações realizadas totalmente pelo discente sob orientação do tutor/preceptor com qualidade boa: satisfatório (80%);

Ações realizadas parcialmente pelo discente sob orientação e intervenção parcial do tutor/preceptor com qualidade média: minimamente satisfatório (60%);

Ações realizadas sob orientação e intervenção total do tutor/preceptor: insuficiente (0%). O aluno não tem orientação para iniciar o procedimento.

A dupla de acadêmicos realizará no mínimo dois atendimentos clínicos semanalmente (primeiro horário: início às 07:30; segundo horário: início às 09:30). Vale ressaltar que o primeiro horário se destina à procedimentos de alta complexidade e o segundo horário à procedimentos de baixa complexidade. A agenda de atendimentos de cada dupla será composta por 4 pacientes (2 pacientes da atenção primária classificados como alto, médio ou baixo risco; 2 pacientes da atenção especializada). Para o cumprimento da agenda, cada aluno deverá realizar uma alta por mês, totalizando 4 altas por semestre. O retorno dos pacientes será agendado com intervalo máximo 15 dias.

Na ocorrência de falta do paciente, será oportunizado ao discente a possibilidade da realização de atividade substitutiva. Nesse caso, a avaliação só será validada mediante apresentação de justificativa / comprovação (atestado, declaração de impedimento ou documento que o valha) da impossibilidade da presença do paciente. Caso não se apresente uma justificativa, a avaliação do discente será zerada.

Na hipótese de falta justificada, autorizada pelas supervisoras do estágio, o estagiário poderá compensar o horário não estagiado até o mês subsequente ao da ocorrência da falta. Não se exigirá compensação de horário nas hipóteses de faltas decorrentes de: Tratamento da própria saúde, com apresentação de atestado médico; e falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos, com apresentação do atestado de óbito.

O estudante será desligado do estágio nas seguintes hipóteses: Automaticamente, ao término do estágio; A pedido, decorrida a terça parte do tempo previsto para a duração do estágio, se comprovada a insuficiência na avaliação de desempenho no órgão, na entidade ou na instituição de ensino; A qualquer tempo, no interesse da Administração, inclusive por contingenciamento orçamentário; Em decorrência do descumprimento de qualquer obrigação assumida no Termo de Compromisso de Estágio - TCE; Pelo não comparecimento, sem motivo justificado, por mais de cinco dias consecutivos ou não, no período de um mês, ou 15 (quinze) dias durante todo o período de estágio; Pela interrupção do curso na instituição de ensino a que pertença o estagiário; e Por conduta incompatível com a exigida pela Administração. (Lei Nº 11.788, de 25 de setembro de 2008 - Lei Federal de Estágio; Resolução Nº 24/2012, do Conselho de Graduação - Normas Gerais de Estágio de Graduação da UFU; Instrução Normativa no. 213, de 17 de Dezembro de 2019).

3. Relatório de estágio

Em cumprimento à legislação UFU, citada anteriormente, pertinente ao desenvolvimento dos estágios, os discentes participantes dos mesmos deverão ao término destes preencher um relatório dissertando sobre as ações desenvolvidas e sobre sua impressão acerca do que vivenciou e da influência disto na consolidação dos conhecimentos e habilidades adquiridas. O relatório será efetuado mediante preenchimento de documento pré-elaborado, conforme modelo do núcleo de estágio da PROGRAD. Serão considerados e avaliados: Preenchimento de todos os campos do documento pré-elaborado e formatado; Coerência, conteúdo, qualidade da descrição/texto e pontualidade na entrega. O documento corresponde à 10,0 pontos da avaliação final.

A aferição do aproveitamento e da assiduidade na disciplina se dará em acordo com os artigos 162, 163 e 164 das normas gerais de graduação e Instrução Normativa no. 213, de 17 de Dezembro de 2019 ou seja: durante o semestre, serão distribuídos o equivalente a 100 pontos nas várias atividades avaliativas, que acontecerão conforme descrito anteriormente e o acompanhamento da frequência/assiduidade. O aluno deverá atingir no mínimo 60 pontos no aproveitamento e, para o caso dos estágios supervisionados, 100% de frequência/assiduidade. Na hipótese de falta justificada, autorizada pelo supervisor do estágio, o estagiário poderá compensar o horário não estagiado até o mês subsequente ao da ocorrência da falta. Não se exigirá compensação de horário nas hipóteses de faltas decorrentes de: I - Tratamento da própria saúde, com apresentação de atestado médico; e II - Falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos, com apresentação do atestado de óbito (Instrução Normativa no. 213, de 17 de dezembro de 2019). A frequência e assiduidade serão controladas mediante lista de presença e pela ficha de avaliação.

Obs.: Os docentes deverão arquivar as atividades encaminhadas pelos discentes, juntamente com a avaliação realizada de cada Componente Curricular, a fim de averiguação e acompanhamento da Coordenação de Curso, caso necessário, por um prazo de 90 dias.

BIBLIOGRAFIA

Como e onde os discentes terão acesso às referências bibliográficas: O estágio tem caráter iminentemente prático e o conteúdo a ser aplicado já foi ministrado em disciplinas anteriores, portanto, quando for necessário, de acordo com o julgo de cada docente, referências para o esclarecimento de situações especificas serão disponibilizadas.

Básica

BRUNETTI-MONTENEGRO, FL; MARCHINI, L. Odontogeriatria: Uma Visão Gerontológica. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

CAMPOSTRINI, E. Odontogeriatria. Revinter, 2004.

DI FIORE, SR.; DI FIORE, MA.; DI FIORE, AP. Atlas de Prótese Parcial Removível: Princípios Biomecânicos, Bioprotéticos e de Oclusão. São Paulo: Santos, 2010. 500p. il.

LEORNARDO, MR; LEONARDO, RT. Tratamento de canais radiculares – Avanços tecnológicos de uma endodontia minimamente invasiva e reparadora. São Paulo: Artes Médicas, 2012. 472 p.

LINDHE, J. Tratado de Periodontia Clínica e Implantologia Oral. 5ª ed. São Paulo: Guanabara Koogan, 2010. 1326p.

BARATIERI, L N; MONTEIRO-JÚNIOR, S.; et al. Odontologia Restauradora - Fundamentos e Possibilidades. 2ª Ed. São Paulo: Santos, 2015.

PEGORARO, LF.; LINS DO VALLE, A.; ARAÚJO, CRP; BONFANTE, G.; CONTI, PCR. Prótese Fixa: bases para o planejamento em reabilitação oral. 2ªed. São Paulo: Artes Médicas, 2013. 487p.

TELLES DM. Prótese total: convencional e sobre implantes. 3ª reimp. São Paulo: Santos, 2013. 512p.: il.

Complementar

CARR, A B.; BROWN, D T. McCRACKEN Prótese Parcial Removível. 13ª. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.

MONTENEGRO F L B, MARCHINI M, BRUNETTI R F. Aspectos Importantes na Prótese Total para a Terceira Idade. In: Prisco da Cunha VP, Marchini L. Prótese Total Contemporânea na Reabilitação Bucal. São Paulo: Santos; 2007. p.179-94.

TURANO, J C.; TURANO, L M.; TURANO, M VILLAS-BÔAS. Fundamentos de Prótese Total. 9ª ed. São Paulo: Santos, 2010. 569p.

PRISCO DA CUNHA, V P.; MARCHINI, L. Prótese Total Contemporânea na Reabilitação Bucal. 2ª ed. São Paulo: Santos, 2014. 268p.

ANUSAVICE K J.; CHIAYI S.; RAWLS, H R. Phillips Materiais Dentários. 12ªed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. 592p. il.

ASSAOKA S K, CESAR E A, OLIVEIRA F J. Prótese dentária: princípios fundamentais técnicas laboratoriais. 3ª ed. Nova Odessa: Napoleão; 2014. 271p.

COSTA, S C.; REBOLLAL, J.; UDE BRAZ, D B. Descomplicando a Prótese Total: perguntas e respostas. São Paulo: Napoleão, 2012. 354p.

APROVAÇÃO

Aprovado em reunião do Colegiado realizada em: ____/____/______

Coordenação do Curso de Graduação: _________________________

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Documento assinado eletronicamente por Juliana Bisinotto Gomes Lima, Professor(a) do Magistério Superior, em 13/12/2023, às 12:16, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

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A autenticidade deste documento pode ser conferida no site https://www.sei.ufu.br/sei/controlador_externo.php?acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0, informando o código verificador 5043596 e o código CRC 4AF8E5C9.

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