Plano de Ensino

IDENTIFICAÇÃO

EMENTA

Tratar os conceitos de etnia, raça, racialização, identidade, diversidade, diferença, igualdade, multiculturalismo, preconceito e discriminação. Compreender os grupos étnicos “minoritários” e processos de colonização e pós-colonização.  Políticas afirmativas para populações étnicas e políticas afirmativas específicas em educação. Populações étnicas e diáspora. Racismo, discriminação e perspectiva didático-pedagógica de educação antirracista. Currículo e política curriculares de combate ao racismo. História e cultura étnica na escola e itinerários pedagógicos. Etnia/Raça e a indissociabilidade de outras categorias da diferença. Cultura e hibridismo culturais. As etnociências na sala de aula. Movimentos Sociais e educação não formal. Pesquisas no campo da educação e relações étnico-raciais.

JUSTIFICATIVA

O PPP do curso de Pedagogia alerta para a homogeinização hierarquizante do colonialismo:

Historicamente, a Ciência e a Sociedade estiveram a favor da construção do outro – masculino, hétero, cristão - imposto como padronizante para qualquer expectativa do que poderia ser socialmente referendado como o apropriado. No mesmo sentido, a Universidade veio por muito tempo produzindo o conhecimento (ou o desconhecimento) sobre o outro na ótica da fantasia ocidental. No entanto, fundamentados por uma crítica a este processo civilizatório, este ciclo de formação promove um conhecimento histórico-crítico, reconhecendo inicialmente a impossibilidade de existência “de processos políticos subjacentes à produção de conhecimento e a determinadas formas de contar a história que, geralmente, são apresentados como neutros (Ex: a cristianização e o colonialismo)” (ARAÚJO; MAESO, 2013, p. 14).

Assim, sendo, o segundo Ciclo formativo do PPP -Diálogos interculturais, busca voltar o olhar de estudantes para as desigualdades provocadas pela cor e/ou etnia: A criação da disciplina Educação para as relações étnico-raciais e formação docente (30h) além de atender à determinação legal, completa a formação do segundo ciclo do curso que tem como tema “Diálogos interculturais” ( PPP, 2019, p. 35). Entendendo que assim, a formação docente inicial poderá contribuir para alertar futuros/as profissionais para necessária Educação antirracista.

OBJETIVO

PROGRAMA

Unidade I: Identidade nacional e relações étnico-raciais

1.1. Colonialismo e Educação

1.2. A Construção da identidade nacional e a problemática étnico-racial brasileira

1.3. A Construção do Mito da Democracia Racial

1.4. O Racismo e a Educação nos espaços institucionais e formativos brasileiros.

Unidade II: Movimentos sociais negros e indígenas e a educação

2.1. Iniciativas, Lutas e Experiências Educativas dos Movimentos Sociais Negros.

2.2. A experiência do Teatro Experimental do Negro e o Teatro Popular Brasileiro

2.3. Movimentos Sociais negros indígenas nos anos 70 e 80 e a problemática Educacional

2.4. Dialogando com as experiências contemporâneas dos movimentos sociais negros e indígenas.

Unidade III: A educação índigena no Brasil das relações étnico-raciais na contemporaneidade

3.1. A Lei 10.639/03 e das Diretrizes Curriculares para Educação das Relações    Étnico-Raciais.

3.2. Educação e Africanidades no Brasil

3.3. As Políticas de Ações Afirmativas Políticas Educacionais de Ações Afirmativas e    a desconstrução da Pedagogia do Silêncio e da insensibilidade. 

Unidade IV: Educação das relações étnico-raciais na contemporaneidade

4.1. Interculturalidade, Multiculturalismo e Transculturalismo.

4.2. Perspectivas teórico-metodológicas pós-coloniais e educação

METODOLOGIA

A disciplina estará centralizada no debate sobre os vinte anos da Lei 10.639/03, visto que esta é o marco legal que instaura formalmente as discussões sobre a luta antirracista na Educação. Um avanço fruto de muita luta do movimento negro brasileiro, que reconhece a relevância de que processos educacionais sejam priorizados na luta antirracista, e que estes possam romper com o processo histórico de inferiorização da população negra.

As atividades a serem desenvolvidas estarão interligadas, mas centradas na produção processual de um artigo científico ( Produto da disciplina). Assim teremos aulas dialogadas, seminários, rodas de conversa webinários com professores/as convidados/as.

Além disso, a disciplina contará com o debate interdisciplinar com o Curso de Biologia, em parceria com o Prof Carlos Eduardo Moreira ( História).

O cronograma detalhado das aulas e seus respectivos textos e materiais de referências serão disponibilizados às/aos estudantes e ficará disponível enquanto durar a disciplina. Os links para acesso no grupo da disciplina no whatszapp e drive serão disponibilizados aos estudantes por e-mail institucional na primeira semana de aula.

Em atendimento à Resolução. nº 73 do CONGRAD de 17 de outubro de 2022 a distribuição da carga horária dos 100 dias letivos será feita em duas etapas a saber:

I) 90 dias letivos destinados a aulas, que serão distribuídos em 15 semanas de aula (Art. 2ª, inciso I);

II) 10 dias letivos: distribuídos por meio da participação integral dos/as discentes em outras atividades acadêmicas, tais como seminários, atividades práticas supervisionadas, atividades em biblioteca, iniciação científica, trabalhos individuais ou em grupo, atividades de recuperação, atividades de extensão, vistas de provas, entre outras, conforme previsto no inciso II do art. 2º da Resolução CES/CNE/MEC Nº 3, de 2 de julho de 2007.

O trabalho discente efetivo (TDE) será utilizado para complementar a carga horária das aulas, conforme estabelecido pela Resolução n.73/2022 do CONGRAD. Seguiremos o calendário acadêmico 2022/2, aprovado pela resolução acima referenciada, portanto, as atividades de TDE ocorrerão entre os dias 19 e 29 de junho de 2023, conforme estabelecido pela resolução citada. O detalhamento do TDE será apresentado no cronograma da disciplina no primeiro dia de aula. Além dessas atividades em forma de TDE, a participação efetiva no Seminário da Congada contará como carga horária prevista no inciso II, do art. 2º, da Resolução n.73/2022 CONGRAD.

AVALIAÇÃO

A proposta é de um sistema de  avaliação processual que aconteça no decorrer das atividades:

1. Avaliação diagnóstica
2. Artigo (25 pontos) – registro avaliativo de leitura.Registro de leitura por meio de elaboração de um artigo científico.Do conjunto de leituras sugeridas você deverá escolher um tema para um estudo mais aprofundado - fazer um resumo ( 100 a 250 palavras) e um texto completo. O artigo deverá ter no mínimo 8 (oito) e no máximo 10 (dez) páginas, incluindo as referências. MARGEM: Esquerda e superior: 3,0 cm ; Direita e inferior: 2,0 cm

ESTRUTURA DO ARTIGO: Fonte: Times New Roman. Título: Negrito , tamanho 14, maiúsculas, alinhamento centralizado; Resumo: parágrafo único de 100 a 250 palavras, respondendo as questões : Tema principal do artigo, objetivo do artigo, metodologia utilizada, achados do artigo e considerações pessoais sobre o artigo lido; Palavras-chave: 3 (três) a 5 (cinco);Texto: espaçamento 1,5 Tamanho da fonte: 12, Recuo de parágrafo de 1,25 cm a partir da margem esquerda. Estrutura do texto: Introdução, Desenvolvimento, Conclusão e Referências.

Critérios de correção:  O critério de avaliação será responder ao roteiro estabelecido para cada modalidade:  Artigo - Estrutura do texto: Resumo, Introdução, Desenvolvimento, Conclusão e Referências.

3. Seminário de apresentação dos artigos elaborados na disciplina (25 pontos): Será realizado um seminário onde cada grupo apresentará os resultados da escrita do artigo. Esta atividade será conjunta com alunos do Curso de licenciatura em Biologia ( Profº Carlos Eduardo). Cada grupo terá entre 5 e 10 minutos para apresentarem suas considerações. A atividade será mediada pelos professores da disciplina.

Critérios de correção:Os critérios de avaliação serão: coerência de ideias, respaldo teórico e fluência na apresentação.

4. Rodas de conversa temáticas (25 pontos): Painel de discussão – serão cinco rodas de conversa temáticas com temática centrada nas discussões teóricas do planejamento daquele período. A turma será subdividida em cinco grupos. Cada grupo de discentes terão uma data e temática específica para realização de um debate. Cada discente terá entre 5 e 10 minutos para apresentarem suas considerações sobre a temática em foco na roda. A atividade será mediada pela professora da disciplina.

Critérios de correção:  Os critérios de avaliação serão: coerência de ideias, respaldo teórico, ligação com a prática pedagógica

5. Webinários Curso de Formação docente ERER (25 pontos): O Curso de Formação docente em Educação para as relações étnico-raciais realiza encontros mensais que deverão ser assistidos de maneira síncrona ou assíncrona. Para cada webinário assistido deverá ser feito o registro por meio de uma ficha de acompanhamento seguindo o template.

Critérios de correção:Os critérios de avaliação serão: coerência de ideias, respaldo teórico, ligação com a prática pedagógica

Atividade de recuperação (Resolução CONGRAD nº46/2022): a última semana do período letivo será destinada para a realização de uma atividade de recuperação. A(o) discente que tiver a frequência mínima exigida (75 porcento) e não alcançar a nota mínima para a aprovação ( 60 porcento do total de pontos distribuídos). A atividade de recuperação será a realização de uma prova escrita em sala de aula que abarcará toda a matéria e bibliografia trabalhada em sala de aula.

BIBLIOGRAFIA

Básica

GOMES, N. L.; GONÇALVES, P. B. Experiências étnico-culturais para a formação de professores. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2011.

CAVALLEIRO, E. Racismo e anti-racismo na educação: repensando nossa educação. São Paulo: Selo Negro, 2006.

SILVA, A. L.; FERREIRA, M. K. L. Antropologia, história e educação: a questão indígena e a escola. 2. ed. São Paulo: Global, 2001.  

Complementar

BENJAMIN, R. E. C. A África está em nós: história e cultura afro-brasileira. João Pessoa: Grafset, 2006.

CAVALLEIRO, E. Racismo e anti-racismo na educação: repensando nossa educação. São Paulo: Selo Negro, 2006. 

CANEN, A.; MOREIRA, A. F. Ênfases e omissões no currículo. Campinas, SP: Papirus, 2001.

FLEURI, R. M. Educação intercultural: mediações necessárias. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.      

MUNANGA, K. O negro no Brasil de hoje. São Paulo: Global: Ação Educativa, 2006. 

MUNANGA, K. Origens africanas do Brasil contemporâneo: histórias, línguas, culturas e civilizações. São Paulo: Global, 2009.

APROVAÇÃO

Aprovado em reunião do Colegiado realizada em: ____/____/______

Coordenação do Curso de Graduação: _________________________

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Documento assinado eletronicamente por Luciane Ribeiro Dias Gonçalves, Professor(a) do Magistério Superior, em 03/02/2023, às 07:01, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

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